segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A literatura é capaz de transformar o seu mundo?

Não sou muito dada a inícios convencionais de ano. Recomeço tantas vezes num ano só e sempre em datas imprevistas que não vejo muito sentido em festejar um dia específico do calendário. E o fato de não encontrar sentido na comemoração da data não me torna nem melhor nem pior do que ninguém. Mas como de algum modo a maioria das pessoas para – ou é parada – nessa época para pensar na vida e promover um recomeço simbólico, quero dar uma sugestão. Além das metas de sempre – parar de fumar, perder uns quilos, se matricular na academia de ginástica etc etc –, minha proposta é que cada um de nós se arrisque a descobrir a literatura. Tenha a coragem de chutar para o ano que passou a surrada desculpa do “não tenho tempo para ler” e se carregar para o futuro com espaço para o novo que vem das letras. Por quê? Por nada de útil. Por tudo o que importa.
No Paiol Literário, um evento que leva a Curitiba escritores para uma entrevista pública, há uma pergunta clássica e recorrente: “A literatura é capaz de transformar o mundo?” Ela vem entrelaçada a uma outra: “Qual é a importância da literatura na vida cotidiana de cada um?”. Quem criou essas duas perguntas no início do projeto, em 2006, foi José Castello – jornalista, crítico literário, escritor e uma das pessoas mais gentis que andam por esse mundo. Depois, Luís Henrique Pellanda, também jornalista e escritor, seguiu com elas ao substituí-lo no posto de entrevistador.
Perguntei a Pellanda se ele poderia emprestar algumas respostas colecionadas ao longo dos anos para publicar aqui nesta coluna. E ele, que também é um homem muito gentil, me enviou sete. Eu escolhi as três que mais me cutucaram com um dedo delicado, mas incisivo, para compartilhar com vocês nessa conversa de virada de ano. Acho que são respostas que dão coceira na alma. E coceiras da alma, na minha opinião, só se resolvem com arte. Com literatura.
Sérgio Sant’Anna, autor, entre outros, de Um Crime Delicado e O Voo da Madrugada, ambos publicados pela Companhia das Letras, respondeu que a literatura dá ao leitor uma possibilidade imperdível: “Ler não é só adquirir conhecimento ou experiência de vida. É também a possibilidade de ter outra vida, de viver o imaginário. E não é só o escritor que tem isso. O leitor também tem. Ele é um cara que vive dupla ou triplamente”.
E, em seguida: “A literatura é um ato de prazer, que não deve ter segundas intenções. Ela dá aos leitores um espaço muito maior. Se você está lendo um livro, se vê obrigado a criar junto com ele — algo que, na televisão, não existe. Na TV, você pega as coisas mais mastigadas, uma torrente de anúncios e de segundos interesses. É muito ruído.”
Silviano Santiago, autor, entre outros, de O Falso Mentiroso e Anônimos, ambos editados pela Rocco, diz que todo leitor é também escritor. Ele afirma: “É inegável que a literatura tem uma função, assim como todas as artes têm. O primeiro cuidado a ser tomado, se a gente fala da função da literatura, é não fazer uma divisão entre produtor e consumidor. Ou seja, não fazer distinção entre escritor e leitor. Acho que a literatura tem a mesma função para ambos. Não existe um escritor que não seja leitor. Todo leitor é, por sua vez, um produtor de texto. Nós, escritores, escrevemos em uma folha de papel ou na máquina ou no computador, enquanto o leitor escreve naquilo a que os jesuítas chamavam de ‘folha de papel em branco da mente’”.
Santiago diz também que, ao ler, o leitor se apropria daquele mundo e o torna seu. Não apenas seu por estar dentro dele, mas seu como ele mesmo. “O processo de leitura é um exercício de alteridade. É você entrar em um determinado mundo que não é o seu, no qual se entra muitas vezes por um processo de surpresa. Você não esperava aquilo de maneira alguma e, de repente, entra e se encanta com aquele mundo. Quanto mais se entra naquele mundo, mais se apropria dele, mais torna aquele mundo você mesmo. O leitor sensível, inteligente, sempre conseguirá ver as relações estreitas entre aquilo que está lendo e a possibilidade de transformação, seja da realidade imediata, a realidade do mundo, seja ainda e, sobretudo, de si próprio.”
A literatura nos dá muito. Mas não promete nada. É o que disse Luís Henrique Pellanda, autor de O Macaco Ornamental (Bertrand Brasil), ao trocar de lado e responder a uma pequena entrevista para esta coluna. “A literatura não promete felicidade alguma — pelo menos não do tipo clássico, ou seja, o tipo imaginário — e não nos oferece garantias de finais felizes, nada disso. Ela nos amplia a vista de casa, nos mostra o outro — igual e diferente de nós — e exige que nos comparemos a ele, que nos analisemos e, de alguma forma, promovamos reformas internas”.
Ao responder à sua própria pergunta sobre o poder de transformação da literatura numa crônica recente, Pellanda disse lindamente: “Literatura, para mim, pode ser simplesmente a maneira como reordenamos, há milênios, as mesmas histórias, fabulação sobre fabulação, mentira sobre mentira, verdade sobre verdade, e o uso pessoal — íntimo, social, político, intelectual, espiritual — que fazemos delas. Se a literatura é capaz de mudar o mundo? Eu diria que o mundo em que vivemos, bom ou ruim, já é o mundo da literatura. Só ela dá conta das nossas histórias de amor”.
Saiba mais
Beatriz Bracher, autora, entre outros, de Antonio e Azul E Dura, ambos publicados pela Editora 34, respondeu à mesma pergunta em duas etapas. Na primeira, no Paiol Literário, ela disse: “A arte pode transformar o mundo ou não, como muitas outras coisas, como as ideias e a política. Mas não acho que ela tenha uma proeminência nesse aspecto. Ela pode transformar o mundo simplesmente por fazer parte dele. Ela está aí. Agora, essa crença de que a arte transformaria radicalmente o mundo, que criaria um novo homem, que nos traria uma espécie de iluminação — não acredito nisso”.

sábado, 18 de setembro de 2010

FOTOS DO PLANETA MARTE (Nasa)

DICAS DE COMO LER UM ARTIGO CIENTÍFICO

1. Artigo científico não é para ser memorizado;
2. A leitura de artigos científicos não deve ser de capa a capa; tenha liberdade de ler a parte que mais lhe interessa;
3. Faça marcações em palavras, frase ou parágrafos que sejam interessantes para seu uso (numa revisão bibliográfica ou simplesmente para alguma consulta mais adiante);
4. Escreva no próprio artigo alguma ideia ou o que for preciso. Não tenha medo de escrever no seu artigo. Anotações em artigos, livros e revistas, fazem parte do processo de leitura (aprendizagem);
5. Arquive os artigos já lidos em lugar de fácil acesso;
6. Inicie sua leitura pelo Título e, em seguida, vá para o Resumo; depois, escolha que direção tomar;
7. Quando o resumo transmite informação suficiente sobre algo de que você já tem conhecimento, você poderá até pular a Introdução e ir direto para as Conclusões;
8. Tente ler sempre o original (impresso ou no computador); às vezes, fotocópias podem mascarar alguma linha em gráfico ou algum detalhe em fotografias ou radiografias;
9. Não hesite em marcar todas as palavras ou frases que você não entenda; marque TODAS (com um marca texto) e depois da leitura utilize um dicionário técnico para tentar entender as palavras desconhecidas;
10. Haverá 'coisas' no artigo que você não entenderá (uma palavra, uma expressão, um método) mesmo depois de buscar seu significado em dicionário, faça um grande favor a você mesmo: releia o artigo, seção por seção, e então você verá, como será mais fácil desta vez.
(FOLHA DE sp)
Autor: Italo de Souza Aquino
Editora: Saraiva
Páginas: 112
Quanto: R$ 23,92 (preço promocional)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O PAPA E MAQUIAVEL

Peter Moon
Reprodução
Peter Moon
O repórter especial de ÉPOCA vive No mundo da Lua, um espaço onde dá vazão ao seu fascínio por aventura, cultura, ciência e tecnologia.
petermoon@edglobo.com.br
Em 1981, Joseph Ratzinger era arcebispo de Munique quando foi designado prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (o nome atual da antiga Inquisição). Ratzinger se tornou o principal teólogo de João Paulo II. O polonês Karol Wojtyła (1920-2005) foi o primeiro Papa não-italiano em cinco séculos. Wojtyła era conservador, lutou contra o comunismo na Polônia, e possuía um carisma excepcional. Foi o mais popular dos papas. Quando morreu, o desafio para substituí-lo mostrou-se imenso. Em 19 de abril de 2005, o conclave dos cardeais elegeu como o novo bispo de Roma a antítese de Wojtyła. Ratzinger, ou Bento XVI, é um intelectual recluso e desprovido de qualquer carisma. O único ponto em comum com Wojtyła é seu conservadorismo.

Na semana passada, Ratzinger completou cinco anos de papado. Muitos o consideram um péssimo papa. E a Igreja Católica Apostólica Romana está mergulhada na sua pior crise em 400 anos, desde a Reforma Protestante. Em boa parte, o responsável por esta situação é o próprio Ratzinger. Vamos enumerar os piores momentos do seu papado:

Em 2006, Ratzinger insultou os muçulmanos ao citar uma frase do imperador bizantino Manuel II (1391-1425): “Mostre-me então, o que Maomé trouxe de novo, e ali só encontrará coisas más e desumanas, como esta, de que ele determinou que se propagasse através da espada a fé que ele prega”.

Em fevereiro de 2009, Ratzinger suspendeu a excomunhão do bispo ultra-conservador inglês Richard Williamson (ele foi excomungado em 1988 por João Paulo II), apenas repreendê-lo um mês depois, quando Williamson negou a existência do Holocausto na II Guerra. Williamson disse que as câmaras de gás nunca existiram e que menos de 300 mil judeus morreram nos campos de concentração nazistas – foram 6 milhões.

Ainda em 2009, ao visitar a África, um continente devastado pela Aids, Ratzinger disse: “Não se pode superar (o problema da Aids) com a distribuição de preservativos: ao contrário, eles aumentam o problema”. Prefiro me abster de comentar tal frase.
Fervura máxima
O desconforto de milhões de fiéis atingiu o ponto de fervura com a sucessão de escândalos que vieram a público nos últimos meses, envolvendo o abuso sexual de menores por padres nos Estados Unidos e na Europa. A gota d’água veio em março. A arquidiocese de Munique revelou que, em 1980, quando era presidida por Ratzinger, o padre Peter Hullermann chegou à cidade para trabalhar com crianças. Mas pesavam sobre ele suspeitas de ter molestado meninos em Essen. A arquidiocese não denunciou Hullermann à polícia. Ele foi submetido a sessões de terapia e reassumiu suas funções quase imediatamente.

Em 1986, Hullermann foi condenado por pedofilia pela justiça alemã. Mas não foi preso. Continuou trabalhando com crianças por 24 anos – até o mês passado. Hullermann foi suspenso três dias depois de a Igreja reconhecer que, em 1980, a decisão de Hullermann reassumir suas funções teria sido dada pelo auxiliar direto de Ratzinger à época – e que o futuro papa teria recebido um memorando informando sobre o caso. O Vaticano afirmou que Ratzinger nunca chegou a ver tal documento, mas o estrago estava feito. Na sua Alemanha natal, uma pesquisa feita em março apontou que 40% da população considerava Ratzinger um péssimo papa.
O pior estava por vir. Em 9 de abril, portanto há duas semanas, a agência de notícias Associated Press (AP) deu um tremendo furo - que parece estar passando totalmente despercebido da imprensa brasileira. A AP revelou uma carta de 1985, escrita em latim e assinada por Ratzinger. Nela, o então cardeal resiste a um pedido de afastamento do padre americano Stephen Kiesle. A carta faz parte de uma série de correspondências trocadas entre a diocese de Oakland, na Califórnia, e o Vaticano (leia a correspondência aqui), entre 1981 e 1986. Na primeira carta, o bispo de Oakland, John Cummins, diz que “o padre Kiesle talvez nunca devesse ter sido ordenado. Ele experimentou uma série de dificuldades psicológicas, emocionais e sexuais durante seu sacerdócio. Em agosto de 1978, foi preso pela polícia e acusado de ter mantido liberdades sexuais com pelo menos seis meninos de 11 a 13 anos.” Kiesle foi condenado a três anos de liberdade vigiada. Neste período, prossegue Cummins, Kiesle se submeteu a terapia e decidiu abandonar a batina. A carta termina pedindo a autorização do Vaticano para destituir Kiesle das obrigações do sacerdócio, incluindo o celibato.

A Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, pediu mais informações do caso para tomar uma decisão. Em fevereiro de 1982, Cummins endereçou uma carta ao cardeal Ratzinger, incluindo as informações exigidas e pedindo uma solução. Não houve resposta. Em 1984, uma segunda carta ficou sem resposta. Em 1985, Cummins cobrou de Ratzinger uma posição. Em 6 de novembro de 1985, Ratzinger respondeu:

“Este tribunal, embora considere os argumentos apresentados em favor do afastamento, neste caso, serem da maior importância, não obstante julga necessário considerar o bem da Igreja Universal, juntamente com o do requerente, e também é incapaz esclarecer o dano que a concessão da dispensa possa provocar à comunidade dos fiéis. (...) É necessário que esta Congregação submeta incidentes deste tipo à mais cuidadosa consideração, o que exige um longo período de tempo. Neste meio tempo, Vossa Excelência não pode deixar de fornecer ao requerente tanto cuidado paterno quanto possível, além de explicar ao mesmo as razões deste tribunal, que está acostumado a seguir mantendo o bem comum. (...) Joseph Cardeal Ratzinger” (vide, na página 17 deste documento, a carta original em latim, e aqui a sua tradução para o inglês)

A descoberta da carta desafia o Vaticano, que insiste afirmar que Bento XVI jamais exerceu papel algum no bloqueio da remoção de padres pedófilos quando chefiava a Congregação para a Doutrina da Fé.

Em 10 de abril, o dia seguinte à divulgação da carta de Ratzinger, o biólogo inglês Richard Dawkins, um ateu militante, e o jornalista Christopher Hitchens (colunista de ÉPOCA), anunciaram a contratação de advogados para processar o Papa por “crimes contra a humanidade”. Dawkins e Hitchens acreditam que podem explorar o mesmo princípio legal usado para prender o ex-ditador chileno Augusto Pinochet. Quando visitou a Inglaterra, em 1998, Pinochet foi impedido de deixar o país enquanto respondia a um processo por crimes cometidos na ditadura militar chilena, entre 1973 e 1990. Dawkins e Hitchens querem tentar prender Ratzinger em setembro, quando visitará a Inglaterra. Acreditam que o Papa não poderá alegar imunidade diplomática para escapar à prisão, pois não é o chefe de um Estado reconhecido pelas Nações Unidas.

O processo movido pelos dois ingleses é o menor dos desafios que Ratzinger enfrenta. Neste momento, na Europa e nos Estados Unidos, várias vozes começam a pedir sua renúncia, algo que não ocorre desde 1415, quando Gregório XII abriu mão do bispado romano.
O Príncipe da Igreja
O Papa é o líder espiritual da Igreja Católica, mas também é um líder político. É o chefe de Estado do Vaticano, uma Cidade-estado encravada no centro de Roma. Por isso, suas ações podem ser discutidas sob a ótica da política. É aí que entra Nicolau Maquiavel (1469-1527), o historiador, diplomata e filósofo florentino. O Príncipe é sua obra-prima. É um manual para governantes que reúne ensinamentos sobre como conquistar Estados, e conservá-los. Na Itália do século XVI, diz Maquiavel, todo o poder emanava do Príncipe e em seu nome era exercido (o substantivo “povo” só viria substituir o príncipe no fim do século XVIII). Para Maquiavel, aos olhos do povo o Príncipe deve sempre ser bom. Para todos os efeitos, ele só faz o bem. Todas as decisões impopulares tomadas pelo príncipe são executadas por seus capitães – e a eles são creditadas. Assim, se e quando algo dá errado, quem perde a cabeça são os capitães. O príncipe sempre sai ileso.

Após o vazamento da carta pela AP, Ratzinger parece ter começado a flexionar sua musculatura política. Num sermão na semana passada, conclamou os cristãos a se penitenciar pelos ataques feitos à Igreja. Sem se referir aos casos de abusos sexuais, Ratzinger disse: “Nós cristãos muitas vezes evitamos a palavra penitência, que nos parece muito dura. Agora sob os ataques do mundo que nos falam dos nossos pecados, vemos como é necessário fazer penitência, reconhecer aquilo que está errado em nossa vida.” Dias depois, já na ilha de Malta, Ratzinger se encontrou com jovens que foram vítima de abusos por padres. Prometeu-lhes que a Igreja faria tudo ao seu alcance para fazer justiça às vítimas e proteger os jovens no futuro.

E a justiça começou a ser feita. Em menos de 48 horas, Ratzinger aceitou a renúncia de três bispos, um irlandês que acobertou padres pedófilos, um alemão acusado de bater em crianças por décadas, e um belga que admitiu ter abusado de um menino por anos. Ao mesmo tempo, no Vaticano, cardeais saíram em defesa de Ratzinger, citando o seu papel decisivo no afastamento, em 1995, de Hans Groër, o cardeal de Viena, acusado de molestar meninos.

Seria Bento XVI um político maquiavélico? Esta pergunta só Ratzinger pode responder. Eu, pessoalmente, acho que não. Maquiavel é um homem do Renascimento, uma época marcada pelo início da separação entre a Igreja e o Estado. Já para Ratzinger, foi no Renascimento que o homem começou a se afastar de Deus. Não, Ratzinger não é maquiavélico. Maquiavel é moderno demais. O Papa alemão é um homem medieval. Apesar de liderar a Igreja no século XXI, sua visão de mundo é aquela da Idade Média, quando a Igreja e a fé ocupavam o lugar central da vida européia. A missão de Ratzinger é manter a coesão da Igreja, enquanto busca retornar àquele padrão perdido de pureza da fé. “Nos tempos modernos se teorizou a liberação do homem, também da obediência a Deus: o homem seria livre e autônomo e nada mais. Mas esta autonomia é uma mentira”.

Será interessante ver como este Papa intelectual, político hábil e nada carismático se sairá nas próximas semanas e meses. Três bispos já renunciaram. Terá sido o suficiente? Ou será que a solução da crise na Igreja passa pela renúncia de alguns cardeais?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

MULHERES ESTUDAM MAIS QUE HOMENS NO BRASIL

Mulheres estudam mais que homens, segundo IBGE

Dados da Pnad mostram que elas estudam mais tempo em todas as faixas etárias

Priscilla Borges, iG Brasília | 08/09/2010 10:00
As mulheres brasileiras estudam mais do que os homens. A revelação é feita pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados de 2009 confirmam a tendência mostrada em anos anteriores, mas a distância entre os sexos no quesito instrução aumentou.
Em 2008, os homens brasileiros com mais de 10 anos de idade declararam ter, em média, 6,9 anos de estudo. Número inferior ao ensino obrigatório brasileiro que, até 2009, era de nove anos e, até 2016, passará para 14 anos de estudo. As mulheres já superavam o patamar, estudando, em média, 7,2 anos ao longo da vida. Em 2009, a diferença de pontos percentuais aumentou de 0,3 para 0,4.
Segundo a PNAD, as mulheres brasileiras possuem 7,4 anos de estudo. A população adulta jovem é a que mais se sobressai. A população feminina com idade entre 20 e 24 anos estudou em média dez anos ao longo da vida. Já os homens na mesma faixa etária – a que declarou mais ter estudado – declararam média de 9,3 anos de estudo. A maior diferença está na região Nordeste em que as mulheres têm 6,4 anos de estudo e os homens, 5,6.

Mulheres X homens

A diferença de anos de estudo entre a população brasileira masculina e feminina, por anos de estudo em cada faixa etária
PNAD 2009 / IBGE

Os dados mostram ainda que a maioria das mulheres brasileiras possui escolaridade superior a oito anos: 16,4% delas têm entre oito e dez anos de estudo e 34,9%, mais de 11 anos. Entre os homens, 31% declararam ter estudado por 11 anos ou mais e 16,6%, entre oito e dez anos.
A taxa de escolarização por grupo etário mostra que as mulheres frequentam mais a escola em todos os grupos analisados pelo IBGE, exceto entre as crianças de 4 ou 5 anos. Nessa faixa, 73,3% dos meninos estão matriculados em escolas, contra 72,3% das meninas.
Entre os 18 e 24 anos de idade, está a maior diferença. Trinta e dois por cento das mulheres brasileiras nessa faixa etária estudam. Entre os homens, a porcentagem cai para 28,9%. A contradição está entre a população analfabeta: as mulheres também são mais numerosas entre elas. Dos 14,5 milhões de analfabetos com mais de 10 anos de idade, 7.411.000 são mulheres.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

330 LIVROS ON LINE no site www.dominiopublico.gov.br

No site do dominiopublico.gov.br é possível acessar cerca de 330 obras clássicas da literatura nacional e estrangeira. Basta  clicar no título para  ler ou imprimir.

1. A Divina Comédia -Dante Alighieri
2. A Comédia dos Erros -William Shakespeare
3. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
4. Dom Casmurro -Machado de Assis
5. Cancioneiro -Fernando Pessoa
6. Romeu e Julieta -William Shakespeare
7. A Cartomante -Machado de Assis
8. Mensagem -Fernando Pessoa
9. A Carteira -Machado de Assis
10. A Megera Domada -William Shakespeare
11. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
12. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
13. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
14. Dom Casmurro -Machado de Assis
15. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
16. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
17. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
18. A Carta -Pero Vaz de Caminha
19. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
20. Macbeth -William Shakespeare
21. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago
22. A Tempestade -William Shakespeare
23. O pastor amoroso -Fernando Pessoa
24. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
25. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
26. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
27. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
28. O Mercador de Veneza -William Shakespeare
29. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
30. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
31. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
32. A Mão e a Luva -Machado de Assis
33. Arte Poética -Aristóteles
34. Conto de Inverno -William Shakespeare
35. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
36. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
37. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
38. A Metamorfose -Franz Kafka
39. A Cartomante -Machado de Assis
40. Rei Lear -William Shakespeare
41. A Causa Secreta -Machado de Assis
42. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
43. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
44. Júlio César -William Shakespeare
45. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
46. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
47. Cancioneiro -Fernando Pessoa
48. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional
49. A Ela -Machado de Assis
50. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
51. Dom Casmurro -Machado de Assis
52. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
53. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
54. Adão e Eva -Machado de Assis
55. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
56. A Chinela Turca -Machado de Assis
57. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
58. Poemas Selecionados -Florbela Espanca
59. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
60. Iracema -José de Alencar
61. A Mão e a Luva -Machado de Assis
62. Ricardo III -William Shakespeare
63. O Alienista -Machado de Assis
64. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa
65. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne
66. A Carteira -Machado de Assis
67. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
68. Senhora -José de Alencar
69. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
70. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
71. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
72. Sonetos -Luís Vaz de Camões
73. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
74. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
75. Iracema -José de Alencar
76. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
77. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
78. O Guarani -José de Alencar
79. A Mulher de Preto -Machado de Assis
80. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
81. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
82. A Pianista -Machado de Assis
83. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
84. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
85. A Herança -Machado de Assis
86. A chave -Machado de Assis
87. Eu -Augusto dos Anjos
88. As Primaveras -Casimiro de Abreu
89. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
90. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
91. Quincas Borba -Machado de Assis
92. A Segunda Vida -Machado de Assis
93. Os Sertões -Euclides da Cunha
94. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
95. O Alienista -Machado de Assis
96. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra
97. Medida Por Medida -William Shakespeare
98. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
99. A Alma do Lázaro -José de Alencar
100. A Vida Eterna -Machado de Assis
101. A Causa Secreta -Machado de Assis
102. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
103. Divina Comedia -Dante Alighieri
104. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
105. Coriolano -William Shakespeare
106. Astúcias de Marido -Machado de Assis
107. Senhora -José de Alencar
108. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
109. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
110. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
111. A "Não-me-toques" ! -Artur Azevedo
112. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
113. Obras Seletas -Rui Barbosa
114. A Mão e a Luva -Machado de Assis
115. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
116. Aurora sem Dia -Machado de Assis
117. Édipo-Rei -Sófocles
118. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
119. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
120. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
121. Tito Andrônico -William Shakespeare
122. Adão e Eva -Machado de Assis
123. Os Sertões -Euclides da Cunha
124. Esaú e Jacó -Machado de Assis
125. Don Quixote -Miguel de Cervantes
126. Camões -Joaquim Nabuco
127. Antes que Cases -Machado de Assis
128. A melhor das noivas -Machado de Assis
129. Livro de Mágoas -Florbela Espanca
130. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
131. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
132. Helena -Machado de Assis
133. Contos -José Maria Eça de Queirós
134. A Sereníssima República -Machado de Assis
135. Iliada -Homero
136. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
137. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco
138. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
139. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
140. Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa
141. Anedota Pecuniária -Machado de Assis
142. A Carne -Júlio Ribeiro
143. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
144. Don Quijote -Miguel de Cervantes
145. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne
146. A Semana -Machado de Assis
147. A viúva Sobral -Machado de Assis
148. A Princesa de Babilônia -Voltaire
149. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
150. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
151. Papéis Avulsos -Machado de Assis
152. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
153. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
154. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
155. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis
156. Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
157. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
158. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
159. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra
160. Almas Agradecidas -Machado de Assis
161. Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós
162. Contos Fluminenses -Machado de Assis
163. Odisséia -Homero
164. Quincas Borba -Machado de Assis
165. A Mulher de Preto -Machado de Assis
166. Balas de Estalo -Machado de Assis
167. A Senhora do Galvão -Machado de Assis
168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
169. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
170. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
171. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca
172. Cinco Minutos -José de Alencar
173. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
174. Lucíola -José de Alencar
175. A Parasita Azul -Machado de Assis
176. A Viuvinha -José de Alencar
177. Utopia -Thomas Morus
178. Missa do Galo -Machado de Assis
179. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
180. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero
181. Hamlet -William Shakespeare
182. A Ama-Seca -Artur Azevedo
183. O Espelho -Machado de Assis
184. Helena -Machado de Assis
185. As Academias de Sião -Machado de Assis
186. A Carne -Júlio Ribeiro
187. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós
188. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar
189. Antes da Missa -Machado de Assis
190. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
191. A Carta -Pero Vaz de Caminha
192. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca
193. A mulher Pálida -Machado de Assis
194. Americanas -Machado de Assis
195. Cândido -Voltaire
196. Viagens de Gulliver -Jonathan Swift
197. El Arte de la Guerra -Sun Tzu
198. Conto de Escola -Machado de Assis
199. Redondilhas -Luís Vaz de Camões
200. Iluminuras -Arthur Rimbaud
201. Schopenhauer -Thomas Mann
202. Carolina -Casimiro de Abreu
203. A esfinge sem segredo -Oscar Wilde
204. Carta de Pero Vaz de Caminha. -Pero Vaz de Caminha
205. Memorial de Aires -Machado de Assis
206. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
207. A última receita -Machado de Assis
208. 7 Canções -Salomão Rovedo
209. Antologia -Antero de Quental
210. O Alienista -Machado de Assis
211. Outras Poesias -Augusto dos Anjos
212. Alma Inquieta -Olavo Bilac
213. A Dança dos Ossos -Bernardo Guimarães
214. A Semana -Machado de Assis
215. Diário Íntimo -Afonso Henriques de Lima Barreto
216. A Casadinha de Fresco -Artur Azevedo
217. Esaú e Jacó -Machado de Assis
218. Canções e Elegias -Luís Vaz de Camões
219. História da Literatura Brasileira -José Veríssimo Dias de Matos
220. A mágoa do Infeliz Cosme -Machado de Assis
221. Seleção de Obras Poéticas -Gregório de Matos
222. Contos de Lima Barreto -Afonso Henriques de Lima Barreto
223. Farsa de Inês Pereira -Gil Vicente
224. A Condessa Vésper -Aluísio de Azevedo
225. Confissões de uma Viúva -Machado de Assis
226. As Bodas de Luís Duarte -Machado de Assis
227. O LIVRO D'ELE -Florbela Espanca
228. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
229. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
230. Lira dos Vinte Anos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
231. A Orgia dos Duendes -Bernardo Guimarães
232. Kamasutra -Mallanâga Vâtsyâyana
233. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
234. A Bela Madame Vargas -João do Rio
235. Uma Estação no Inferno -Arthur Rimbaud
236. Cinco Mulheres -Machado de Assis
237. A Confissão de Lúcio -Mário de Sá-Carneiro
238. O Cortiço -Aluísio Azevedo
239. RELIQUIAE -Florbela Espanca
240. Minha formação -Joaquim Nabuco
241. A Conselho do Marido -Artur Azevedo
242. Auto da Alma -Gil Vicente
243. 345 -Artur Azevedo
244. O Dicionário -Machado de Assis
245. Contos Gauchescos -João Simões Lopes Neto
246. A idéia do Ezequiel Maia -Machado de Assis
247. AMOR COM AMOR SE PAGA -França Júnior
248. Cinco minutos -José de Alencar
249. Lucíola -José de Alencar
250. Aos Vinte Anos -Aluísio de Azevedo
251. A Poesia Interminável -João da Cruz e Sousa
252. A Alegria da Revolução -Ken Knab
253. O Ateneu -Raul Pompéia
254. O Homem que Sabia Javanês e Outros Contos -Afonso Henriques de Lima Barreto
255. Ayres e Vergueiro -Machado de Assis
256. A Campanha Abolicionista -José Carlos do Patrocínio
257. Noite de Almirante -Machado de Assis
258. O Sertanejo -José de Alencar
259. A Conquista -Coelho Neto
260. Casa Velha -Machado de Assis
261. O Enfermeiro -Machado de Assis
262. O Livro de Cesário Verde -José Joaquim Cesário Verde
263. Casa de Pensão -Aluísio de Azevedo
264. A Luneta Mágica -Joaquim Manuel de Macedo
265. Poemas -Safo
266. A Viuvinha -José de Alencar
267. Coisas que Só Eu Sei -Camilo Castelo Branco
268. Contos para Velhos -Olavo Bilac
269. Ulysses -James Joyce
270. 13 Oktobro 1582 -Luiz Ferreira Portella Filho
271. Cícero -Plutarco
272. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
273. Confissões de uma Viúva Moça -Machado de Assis
274. As Religiões no Rio -João do Rio
275. Várias Histórias -Machado de Assis
276. A Arrábida -Vania Ribas Ulbricht
277. Bons Dias -Machado de Assis
278. O Elixir da Longa Vida -Honoré de Balzac
279. A Capital Federal -Artur Azevedo
280. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
281. As Forças Caudinas -Machado de Assis
282. Coração, Cabeça e Estômago -Camilo Castelo Branco
283. Balas de Estalo -Machado de Assis
284. AS VIAGENS -Olavo Bilac
285. Antigonas -Sofócles
286. A Dívida -Artur Azevedo
287. Sermão da Sexagésima -Pe. Antônio Vieira
288. Uns Braços -Machado de Assis
289. Ubirajara -José de Alencar
290. Poética -Aristóteles
291. Bom Crioulo -Adolfo Ferreira Caminha
292. A Cruz Mutilada -Vania Ribas Ulbricht
293. Antes da Rocha Tapéia -Machado de Assis
294. Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
295. Histórias da Meia-Noite -Machado de Assis
296. Via-Láctea -Olavo Bilac
297. O Mulato -Aluísio de Azevedo
298. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
299. Os Escravos -Antônio Frederico de Castro Alves
300. A Pata da Gazela -José de Alencar
301. BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA -Alcântara Machado
302. Vozes d'África -Antônio Frederico de Castro Alves
303. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
304. O que é o Casamento? -José de Alencar
305. A Harpa do Crente -Vania Ribas Ulbricht
306. A Casa Fechada -Roberto Gomes Ribeiro
307. As Asas de um Anjo (Comédia) -José de Alencar
308. Béatrix -Honoré de Balzac
309. Diva -José de Alencar
310. A Melhor Amiga -Artur Azevedo
311. A Confissão de Lúcio -Mário de Sá-Carneiro
312. CONTOS AVULSOS -Alcântara Machado
313. Poemas Humorísticos e Irônicos -João da Cruz e Sousa
314. Cantiga de Esponsais -Machado de Assis
315. Quincas Borba -Machado de Assis
316. Brincar com fogo -Machado de Assis
317. Helena -Machado de Assis
318. Dentro da noite -João do Rio
319. O Livro da Lei -Aleister Crowley
320. Caramuru: poema épico do descobrimento da Bahia -José de Santa Rita Durão
321. Conto de Escola -Machado de Assis
322. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
323. Poemas Malditos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
324. Ao Entardecer (contos vários) -Visconde de Taunay
325. Felicidade pelo Casamento -Machado de Assis
326. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
327. Cartas Chilenas -Tomáz Antônio Gonzaga
328. O Mulato -Aluísio de Azevedo
329. Farsa do Velho da Horta -Gil Vicente
330. Amor com Amor se Paga -Joaquim José da França Junior

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ESCOLAS NÃO SALVAM O MUNDO!!!!

Escolas não salvam o mundo, diz secretária do MEC
Para Maria do Pilar Lacerda, não dá para pensar em melhora profunda da educação sem melhorar o País como um todo

Priscilla Borges, iG Brasília | 27/08/2010 07:00


Foto: Fellipe Bryan Sampaio

Para a secretária do MEC Maria do Pilar, o maior desafio na educação do próximo presidente é garantir escola para todos os alunos de 4 a 17 anos
Saiba mais

* Problemas na qualidade de ensino extrapolam a sala de aula
* Apuarema amarga o peso da pior nota na educação do País
* Em Jussari, alunos não conseguem aprender a ler e escrever
* Em Dário Meira, gestores tentam compreender nota no Ideb
* Consulte e compare o Ideb das escolas até a 4ª série
* Consulte e compare os números do Ideb das escolas nos anos finais

Chegar aos mesmos níveis de qualidade educacional dos países desenvolvidos exigirá do Brasil mais do que investimento nas escolas. A opinião é da secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva. Em entrevista ao iG, ela diz que é preciso tirar o caráter “salvacionista” da educação.

“Não dá para pensar em uma melhora profunda da educação sem melhorar o país como um todo”, ela admite. No entanto, a mineira, formada em história pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita que o Brasil tem motivos para comemorar. Para ela, a população passou a exigir qualidade e políticas que resolvam os problemas do País.

Para Pilar, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – que mede a qualidade de ensino em escolas, redes e municípios – está contribuindo para mudar o ensino oferecido pelas escolas do País. Primeiro, serve de medida de avaliação. Depois, passou a definir políticas e estratégias para vencer desafios. “O resultado virá em médio prazo. Mas as mudanças estão acontecendo. A sociedade acompanha o Ideb hoje e cobra responsabilidades”, diz.

Pilar conversou com o iG sobre os resultados do Ideb dias após a equipe de reportagem do portal ter percorrido, no início do mês, 1.000 quilômetros pela Bahia, o Estado que amarga algumas das notas mais baixas do Brasil no índice. Desde segunda-feira, uma série de reportagens mostrou a realidade que justifica o desempenho das escolas de quatro municípios.

Professora da rede pública em Minas Gerais, desde 1976, Pilar já foi secretária municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Para ela, os municípios se tornaram foco das políticas, especialmente os que mais precisam. “Invertemos a lógica”, afirma.


iG: Qual a importância do Ideb para o País hoje, em sua avaliação?
Pilar: Ter uma medida da qualidade de ensino e oferecer um norte para as políticas públicas, que oriente a tomada de decisão em todos os níveis. Em nível local, nos municípios, acho que o mais importante foi que o Ideb proporcionou que eles tivessem consciência do próprio desempenho. O Ideb só tem sentido se servir para orientá-los a melhorar.

iG: O que mudou na educação brasileira a partir do Ideb?
Pilar: Acho que a criação do índice mudou a orientação das políticas do MEC para os municípios. O regime de colaboração tomou outro rumo a partir da primeira divulgação do Ideb. Antes, a transferência de recursos voluntária – aquela além da obrigatória – era feita para os municípios que apresentavam projetos. Passamos a dar prioridade aos que eram mais frágeis depois do Ideb. Invertemos a lógica. Acredito que os gestores das escolas também estão mais conscientes sobre sua situação e mais focados nos projetos pedagógicos. A cultura de avaliar e planejar a partir dos próprios resultados está chegando às escolas e isso só foi possível por causa do Ideb.

iG: E o que ainda deve ser mudado?
O interior da escola - professores, pais e alunos – precisa se apropriar mais desses resultados. É preciso promover debates internos sobre eles, para que as próprias escolas tomem decisões a partir daí. Até o Ideb, não havia essa cultura de avaliação, a escola não se conhecia, não havia comparação possível ou preocupação com esse desempenho. Mas essa apropriação do Ideb pela escola ainda é muito frágil.

iG: Muitas variáveis externas à escola influenciam diretamente a qualidade da educação e não são mensuráveis. A senhora acredita que algumas sejam mais determinantes? Como a sociedade deve olhar o Ideb, sabendo que não é capaz de medir tudo o que influencia o ensino?
Pilar: É muito importante lembrar que os fatores extraescolares são muito determinantes para o sucesso escolar. Nenhum dos países desenvolvidos na área educacional tem uma distribuição de renda ruim. Não dá para pensar em uma melhora profunda da educação sem melhorar o País como um todo. Educação é necessária, mas não é suficiente para salvar o mundo. É preciso reconhecer as especificidades de cada local e articular trabalhos com outros setores, como a saúde, a assistência e até a área que cuida de planejamento urbano, como rede de água, esgoto, asfaltamento. O Ideb é muito importante porque aponta os lugares frágeis e os que têm bons resultados. As avaliações devem ser feitas para garantir aprendizagem para todos. Não adianta reprovar crianças para não fazerem a Prova Brasil ou passar todo mundo sem que tenham aprendido. Nenhuma pode ficar para trás.

iG: O que a senhora acredita que pode ser feito para mudar realidades como as que a reportagem do iG visitou e apresentou a você?
Pilar: É importante fortalecer as áreas do campo, para que as pessoas permaneçam nesses locais e se fortaleça uma massa crítica local. Criar políticas em diferentes frentes como saúde, assistência social. Interiorizar as universidades federais e as escolas técnicas, porque onde tem campus tem pesquisa, mestrado, doutorado. Isso mantém a juventude na região, formando a massa crítica que vai atuar nas escolas e criar políticas públicas. Coisas que impactam positivamente na educação.

iG: Qual o maior desafio na área educacional que ficará para o próximo presidente, em sua opinião?
Pilar: O maior desafio será garantir escola para todos os alunos de 4 a 17 anos, tudo ao mesmo tempo e agora. A ampliação do ensino obrigatório foi aprovada recentemente. Três milhões de brasileiros ainda estão fora da escola e, até 2016, terão de estar incluídas. Isso significa garantir espaço físico, vaga e projetos pedagógicos contemporâneos que garantam permanência com aprendizagem. Acho que o próximo presidente não deve mexer no Ideb por enquanto. É preciso dar mais tempo ao processo para pensar em ajustes.
(Fonte: IG)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

DEUS ME "LIVRO"

Mais de 220 municípios do país não vão receber livros didáticos em 2011
Um balanço do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) obtido pelo UOL Educação mostra que 222 municípios do país não vão receber livros do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) em 2011.

Estas cidades ou perderam o prazo para enviar os termos de adesão - 30 de junho deste ano- ou não se interessaram pelo programa e vão usar, por exemplo, apostilas.

Veja a lista das cidades e entidades!

No ano que vem, o MEC (Ministério da Educação), a quem o FNDE está vinculado, vai distribuir livros principalmente para as séries finais do ensino fundamental, além dos de reposição para as outras etapas. Pela primeira vez, as secretarias de educação municipais e estaduais, além de outras entidades (como escolas federais) precisaram preencher um termo de adesão para entrarem no programa. Até o ano passado, os livros eram enviados de acordo com número de alunos apontado no censo escolar.

São Paulo é o Estado, disparado, com o maior número de municípios fora do programa: 146. Minas Gerais em segundo, com 19 e o Maranhão, em terceiro, com oito. Há mais 16 instituições, como centros federais de tecnologias e colégios militares, que ficarão de fora. No total, 238 entidades não vão receber os livros didáticos.

Em SP, a maioria está trocando o material do PNLD por apostilas e as utilizando na rede pública. O custo por aluno, neste caso, pode chegar a R$ 170. Pelo programa do livro didático, cada livro sai, em média, por R$ 6. Em 2009, foram gastos pelo governo federal R$ 577,6 milhões na compra de livros.
(jORNAL O Dia).

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

OPALA


A primeira ideia para o meu mestrado, em 2007, foi discorrer sobre a saga da Umbanda no município de Pedro II, Piauí. Mas, por alguma razão, deixei de banda a Umbanda (que virá em outro livro: “Umbanda por estas bandas”) e escrevi (orientado pela doutora Dione Morais) sobre os pequenos garimpeiros de opala, a quem chamei de “bamburristas” para distingui-los dos demais sujeitos da cadeia produtiva da opala: grandes garimpeiros, empresários da opala, joalheiros, lapidários e técnicos.
O presente livro, pois, trata-se de uma versão (adaptação seria melhor) em linguagem mais acessível ao grande público da dissertação a que fiz referência acima. É, também, uma tentativa de disponibilizar um primeiro trabalho de cunho sociológico sobre esses homens que ariscam a vida em busca dessa gema cuja importância tanto econômica quanto simbólica terminou por cunhar o termo “Terra da Opala” quando nos referimos ao município piauiense de Pedro II.
Ora, Pedro II já teve outras alcunhas, dentre estas, “Suíça piauiense”, “Terra da rede”, “Terra da água boa”, “Terra de mulher bonita” (que continua atual). Mas por que, então, apenas a alcunha “Terra da Opala” ganhou um portal na entrada da cidade? Por que quando nos identificamos por esse mundo de Deus como filhos do município de Pedro II, as pessoas vão logo dizendo “Da terra que tem opala”?
Então a opala é como um cartão de visita do município para o mundo. No entanto, mesmo pessoas relativamente bem informadas pensam que a opala é uma “pedra”, quando trata-se, na verdade, de uma gema. Outras pessoas ainda acreditam que a opala traz azar, má sorte. “Traz, sim, mas para quem não encontra ela”, como me disse um velho e sábio garimpeiro durante minha pesquisa para o mestrado. Sabe-se menos, ainda, como vivem, o que pensam e o que dizem os pequenos garimpeiros de opala.
Após seis décadas de exploração dessa gema no município, foi sobretudo a partir do Festival de Inverno (cuja sétima edição ocorre em 2010), juntamente com a implantação do Arranjo Produtivo da Opala (APL Opala) que a gema alcançou status de verdadeira celebridade dentre as demais conhecidas. Isso, talvez, pelo fato de cada gema de opala ser  única (cada uma apresenta características gemológicas e sobretudo visuais particulares), como costumam repetir à exaustão aqueles que com ela lidam.
Seja como for, A Terra da Opala, Pedro II, é um dos poucos lugares do mundo onde essa gema é explorada, tendo na Austrália o único concorrente de peso. Com mais de 34 garimpos, 500 garimpeiros, 20 lojas de ourivesaria, lapidação e venda de opala (com mais de uma centena e meia de proprietários e trabalhadores), à época da desta pesquisa; com práticas garimpeiras tão díspares como a extração manual e a que emprega máquinas possantes, com pequenos garimpeiros ganhando cerca de cento e vinte reais mensais (dados de 2008) e empresários da opala ganhando em euro cem vezes mais, eis que a opala povoa o inconsciente coletivo dos pedrossegundenses e tem uma marca profunda na formação da identidade sociocultural dos pequenos garimpeiros, como pretendemos demonstrar nas páginas seguintes. Vitimizados, contudo, por um processo de invisibilidade social, esses homens fazem parte de uma cadeia produtiva que na qual não tem vez nem voz. Por outro lado, a sociedade pedrossegundense os ignora, acentuando o estigma da invisibilidade.


LIMA, E. G. de













ASSIM NÃO É POSSÍVEL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Conheça a realidade por trás dos números que avaliam a educação

iG percorreu 1000 km na Bahia para entender as baixas notas no Ideb e desvenda em série de reportagens como ensino pode melhorar

Priscilla Borges, enviada especial à Bahia | 23/08/2010 04:40
Falta espaço na casa de quatro cômodos pequenos onde Wellington Borges da Silva, de 11 anos, vive com os pais e mais dois irmãos. Os livros didáticos que recebe da escola ficam empilhados em um cantinho, junto com o único caderno, ao lado do guarda-roupas, no quarto que divide com os irmãos.

Foto: Robson Mendes
Wellington Borges da Silva, de 11 anos, estuda na cozinha, em pé, em Apuarema, na Bahia
Wellington faz as tarefas da escola em pé, na mesa da cozinha, onde não há cadeiras. A família não possui livros de literatura, nem lápis de cor ou giz de cera. Ele carrega o lápis, a caneta e a borracha no bolso. Não tem mochila ou estojo.
O pai de Wellington tenta, mas não pode ajudar muito o menino porque só estudou até a 5ª série do ensino fundamental. Avisa todos os dias aos filhos que só o estudo pode mudar a dura vida da família, que ainda sonha com a casa própria.
A realidade de Wellington, que mora em Apuarema, no interior da Bahia, se assemelha à de centenas de crianças da cidade (e do País). Não aparece nos números que medem a qualidade da educação nacional e suas complicações não foram suficientes para fazê-lo desistir de estudar. Pelo menos, por enquanto.
Em busca de conhecer os fatos que as estatísticas dificilmente conseguem medir e de respostas que justifiquem o sucesso e o fracasso de escolas e municípios no processo educacional, o iG percorreu, no início do mês, mais de 1.000 quilômetros pela Bahia, o Estado que amarga algumas das notas mais baixas do Brasil no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Conversou com professores, diretores, gestores, pais e alunos de quatro municípios. Em um deles, fez a visita acompanhado da pedagoga Mônica Samia, que coordenou duas pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre o Ideb desde 2007. As descobertas desta viagem serão publicadas, de hoje até sexta-feira, em série de reportagens que desvenda a realidade por trás dos números da educação.



O Ideb
Em 2007, o MEC criou a avaliação com a pretensão de medir a qualidade da educação brasileira a partir de notas em provas de português e matemática – a Prova Brasil – e da quantidade de alunos aprovados em cada série.

Foto: Robson Mendes
Entre os piores desempenhos do ensino brasileiro, município de Dario Pereira tem nota mais alta: 2,2
A partir dos resultados, criou metas para cada escola, rede, município, Estado e para o País. Cada instituição ou rede tem uma nota a ser atingida, elaborada de acordo com os próprios desafios. Em 2022, o objetivo é que as escolas das séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª) cheguem à nota 6, patamar equivalente ao desempenho de países desenvolvidos.
Com base nas metas individuais, o MEC formulou políticas para ajudar as redes a atingirem notas melhores. Aos poucos, o impacto do Ideb provoca mudanças.
Entre as 11 cidades com as cinco piores notas nas séries iniciais da rede pública (há alguns empates), seis são baianas. Apuarema, a cidade de Wellington, aparece na lista divulgada pelo Ministério da Educação em julho com a pior nota do Brasil, de 0,5, em uma escala de 0 a 10.
Na sequência, estão os municípios de Pedro Alexandre (2,0), Manoel Vitorino e Nilo Peçanha (2,1), e, por fim, Dário Meira e Pilão Arcado (2,2), todos com notas bem abaixo da média nacional para a etapa, que ficou em 4,6 pontos, e insuficientes para atingir as próprias metas (veja lista completa).
Nas séries finais (5ª a 8ª), o cenário se repete: 13 municípios reúnem as piores notas, todas com menos de dois pontos no índice – a média nacional foi 4,00. Deles, cinco estão na Bahia. Itapitanga, Itatim e Jussari ficaram com 1,8. Aramari e Ibirataia, 1,9. (a lista completa)
A viagem


Foto: Robson Mendes
Pedagoga Mônica Samia acompanhou iG em Jussari. Na foto, ouve a professora Nair Barreto
A reportagem do iG visitou alguns destes municípios que carregam o peso de serem taxados como os “piores do País” na 4ª série. Além de Apuarema, a equipe também foi a Dário Meira. Entre os “piores”, é um dos que tem a nota mais alta. Os conceitos dos dois municípios parecem distantes (0,5 e 2,2), mas a realidade não é. Ambos têm dificuldades em comum.
Com a pedagoga Mônica, que mora em Salvador há mais de 15 anos e acompanha de perto as mudanças que o Ideb provoca nas cidades, visitou as escolas públicas de Jussari, um dos municípios com nota mais baixa nas séries finais. A educadora ajudou a identificar o que impede a melhoria do ensino e quais estratégias podem garantir a aprendizagem dos alunos.

Os desafios

A série de reportagens que será publicada pelo iG vai mostrar que a escola sozinha não conseguirá transpor os obstáculos ao direito de aprender, que é de todos os estudantes brasileiros. Há problemas que extrapolam as paredes das salas de aula e interferem diretamente neste processo.
Faltam empregos, oportunidades e infra-estrutura adequada nestes municípios. Muitas famílias se sustentam com o Bolsa Família, aposentadoria de algum parente ou são funcionários da prefeitura. As disputas políticas ainda chegam às escolas e prejudicam os alunos.
A falta de espaço físico faz com que a maioria das escolas não tenha biblioteca, quadras de esporte e laboratórios. Os professores, cujos salários são baixos, não têm programas de formação continuada estruturados. Eles próprios carregam deficiências de formação de quando eram pequenos estudantes.
A boa notícia é que há quem já promova reviravoltas. A série vai mostrar como Boa Vista do Tupim, também na Bahia, saltou do Ideb 2,2 em 2005 para 5,8 em 2009. Há problemas semelhantes aos dos outros municípios por lá, mas uma premissa básica se tornou prioridade: o direito de aprender.

sábado, 21 de agosto de 2010

Como escrever um Artigo Científico ou Técnico

por C. S. Lyra (2006)

Um bom artigo científico deve ser escrito com clareza, precisão e fluência de tal forma que o leitor se sinta interessado em sua leitura, e seja capaz de entender o seu conteúdo facilmente. O artigo deve apresentar adequadamente os objetivos, a metodologia utilizada e os resultados encontrados.
Infelizmente, um grande número de artigos científicos e técnicos é recusado para publicação devido à má qualidade da apresentação. Por vezes eles possuem um excesso de páginas, informações irrelevantes, ausência de conclusões precisas, tabelas e gráficos mal feitos, e carência de comparação dos resultados com trabalhos anteriores.
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, equações claras não são suficientes para uma comunicação efetiva em um artigo científico, elas deverão ser acompanhadas por um bom texto explicativo que conduza o leitor através do trabalho.
Além de manter uma boa organização na apresentação dos objetivos, fatos e conclusões, você também deve tomar cuidado com a ortografia e a gramática para que o leitor não tenha problemas para entender o que você está tentando dizer.
Aqui você encontrará algumas sugestões práticas e pontos a serem considerados durante a redação de um artigo científico ou técnico, como:
Existem várias razões para se publicar um artigo técnico ou uma publicação científica, como:
Divulgação científica - A publicação de um artigo científico ou técnico é uma forma de transmitir à comunidade técnico-científica o conhecimento de novas descobertas, e o desenvolvimento de novos materiais, técnicas e métodos de análise nas diversas áreas da ciência.

Aumentar o prestígio do autor - Pesquisadores com um grande volume de publicações desfrutam do reconhecimento técnico dentro da comunidade científica, alcançam melhores colocações no mercado de trabalho, e divulgam o nome da instituição a qual estão vinculados.

Apresentação do seu trabalho - Muitas instituições de ensino e/ou pesquisa, e várias empresas comerciais frequentemente requerem que os seus profissionais apresentem o progresso de seu trabalho e/ou estudo através da publicação de artigos técnico-científicos.

Aumentar o prestígio da sua instituição ou empresa - Instituições ou empresas que publicam constantemente usufruem do reconhecimento técnico de seu nome, o que ajuda a atrair maiores investimentos e ganhos para esta organização.

Se posicionar no mercado de trabalho - O conhecido ditado em inglês "Publish or perish", ou seja, "Publique ou pereça", provavelmente nunca foi tão relevante como nos dias de hoje. Redigir um artigo técnico lhe trará uma boa experiência profissional, e contribuirá para enriquecer o seu currículo, aumentando assim suas chances de obter uma melhor colocação no mercado de trabalho.
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Abaixo apresentamos o formato mais comum utilizado para se redigir um artigo técnico ou científico.
    Título: Faça um título curto, que chame a atenção, e além de tudo, que reflita o tema principal do artigo. Nome do autor e afiliação: Escreva o seu nome e a sua afiliação de forma uniforme e sistemática em todas as suas publicações para que seus artigos possam ser citados de forma correta por outros autores. Resumo: As pessoas se baseiam no Resumo ou no Abstract para decidirem ler ou não o restante de um artigo. Assim, resuma de maneira precisa os tópicos principais do artigo e as conclusões obtidas através do seu trabalho. Não utilize mais que 150 a 250 palavras. Limite o número de tópicos para evitar confusão na identificação da mensagem principal do artigo. Caso você possua um número elevado de tópicos importantes a serem discutidos, reserve alguns para um artigo futuro. Não inclua referências, figuras ou equações nesta seção. Abstract: O Abstract é a versão do Resumo em inglês. Por uma questão de coerência, ele deve possuir tamanho e significado compatíveis com o resumo. Algumas línguas são mais concisas que outras, mas é inaceitável que o Resumo e o Abstract contenham divergências. Além disso, a versão em inglês não deverá ser apenas uma tradução literal ou convencional do resumo, mas sim uma tradução científica, com a tradução precisa dos termos e expressões técnicas, ou o seu trabalho poderá ser rejeitado para publicação. A INFINITE oferece serviços de alta qualidade em traduções técnico-científicas com os melhores preços do mercado. Solicite o seu orçamento sem compromisso. Palavras-chave: Por vezes, editores solicitam a inclusão de um conjunto de palavras-chave que caracterizem o seu artigo. Estas palavras serão usadas posteriormente para permitir que o artigo seja encontrado por sistemas eletrônicos de busca. Por isso, você deve escolher palavras-chave abrangentes, mas que ao mesmo tempo identifiquem o artigo. Um bom critério é selecionar as palavras que você usaria para procurar na Web um artigo semelhante ao seu. Introdução: A introdução é um apanhado geral do conteúdo do seu artigo científico sem entrar em muitos detalhes. Apenas poucos parágrafos são o suficiente. Descreva brevemente a importância da área de estudo. Especifique a relevância da publicação do seu artigo, ou seja, explique como o seu trabalho contribui para ampliar o conhecimento em uma determinada área da ciência, ou se ele apresenta novos métodos para resolver um problema. Apresente uma revisão da literatura recente (publicada nos últimos 5 anos), específica sobre o tópico abordado, ou forneça um histórico do problema. Para se escrever uma introdução informativa para o seu artigo, você deverá estar familiarizado com o problema. A introdução deve apresentar a evolução natural de sua pesquisa. Ela pode ser elaborada após você escrever Discussão e Conclusões. Assim você terá uma boa idéia do que incluir na sua introdução. Corpo do artigo: Definição do problema - Defina o problema ou tópico estudado, explique a terminologia básica, e estabeleça claramente os objetivos e as hipóteses. Note que artigos são frequentemente rejeitados para publicação porque os autores apresentam apenas os objetivos, mas não as hipóteses. Formulação teórica, materiais e métodos - Apresente as formulações teóricas e hipóteses. Liste de forma abrangente todos os materiais e a metodologia utilizada de forma que os leitores sejam capazes de reproduzir o seu estudo. Em trabalhos experimentais, não faça um diário de eventos, mas reorganize os procedimentos de uma forma coerente. Você deverá explicar claramente os procedimentos usados para solucionar o problema e explicar cada etapa destes procedimentos. Não omita detalhes importantes. Tudo o que você puder escrever que irá validar o seu estudo deverá ser incluído nesta seção. Utilize métodos eficientes e precisos ao invés de técnicas ultrapassadas. Dê crédito ao trabalho de outras pessoas através de referências: forneça detalhes de conceitos discutidos e/ou refira-se às fontes. Resultados: Faça tabelas com os dados obtidos, mas guarde os seus comentários para a seção Discussão. Uma vez que artigos com tabelas irão obter um maior número de citações porque outros pesquisadores podem usar os seus dados como base de comparação, construa suas tabelas com sublegendas adequadas para as linhas e colunas. Se possível, utilize figuras, gráficos, e outras representações diagramáticas atrativas para ilustrar claramente os seus dados. Gráficos e tabelas devem sempre ter legendas, dizendo exatamente o que representam. Falhas comuns em artigos técnicos incluem o uso inapropriado de tabelas e figuras que confundem os leitores, e a falta de análises estatísticas adequadas. Tabelas devem ser incluídas quando se deseja apresentar um número pequeno de dados. Não devem ser usadas para listar dados levantados para se plotar um gráfico. Neste caso apenas o gráfico deve ser apresentado. A seção Resultados deve ser apenas longa o suficiente para apresentar as evidências de seu estudo. Discussão: Os revisores técnicos irão aceitar o seu artigo para publicação se eles estiverem convencidos que os seus resultados são válidos. Assim, apresente argumentos convincentes e adequados, prova matemática, exemplos, equações, análises estatísticas, padrões/tendências observadas, opiniões e idéias além da coleção de números coletados e tabelados. Faça comparações com resultados obtidos por outros pesquisadores, caso existam. Sugira aplicações para o seu trabalho. Conclusão: Resuma, aponte e reforce as idéias principais e as contribuições proporcionadas pelo seu trabalho. Você pode iniciar a sua conclusão dizendo o que foi aprendido através do seu estudo. Sua conclusão deve ser analítica, interpretativa, e incluir argumentos explicativos. Você deve ser capaz de fornecer evidências da solução de seu problema através dos resultados obtidos através do seu trabalho. Trabalho Futuro: Comente sobre os seus planos para um trabalho futuro com relação ao mesmo problema, ou modificações a serem feitas e/ou limitações do método utilizado que poderão ou não serem superadas. Agradecimentos: Dê crédito às pessoas e organizações por qualquer suporte técnico e/ou financeiro recebido durante a realização de seu estudo. Cite também qualquer material com direitos autorais ou "copyright" utilizado com permissão. Referências: A seção das referências demanda tempo para ser organizada, e é de extrema importância. Mantenha o estilo exigido pelo congresso ou jornal técnico. As referências normalmente seguem a ordem de aparecimento no texto. Obedeça sempre as normas de publicação específicas de cada publicação. Forneça informações completas sobre as referências utilizadas. Apêndices: Insira como apêndice as informações que não são fornecidas no texto principal como, por exemplo, questionários ou software utilizado.
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Anexe todos os gráficos e tabelas ao documento. Use as cores branca, preta ou tons de cinza em suas figuras uma vez que muitos congressos e jornais técnicos não publicam em cores.

Muitas vezes o tamanho dos artigos é limitado entre 6 a 10 páginas (incluindo figuras). Escreva concisamente.

Use um manual técnico de redação e estilo para ajudá-lo com a estrutura de parágrafos e sentenças, utilização de palavras, estilo de redação, elaboração de figuras e tabelas, etc.

Confira a ortografia e a gramática com o auxilio de seu editor de texto.

Imprima ou copie os "Regulamentos para Publicação" do congresso ou jornal onde você deseja ver o seu artigo publicado. É extremamente importante reconhecer o formato básico exigido. O seu artigo pode ser rejeitado por não se encontrar no formato padrão, mesmo que apresente um bom conteúdo. Margens, espaçamentos, numeração de páginas e figuras, e o estilo das referências são todos aspectos importantes. Pode ser útil ter cópia de alguns artigos publicados em anais ou exemplares anteriores para se ter uma boa idéia do formato de apresentação de publicações aceitas.
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Peça a uma ou duas pessoas para revisarem o seu artigo. Forneça uma cópia a alguém que, de preferência, esteja familiarizado com o tópico específico de seu artigo, e outra cópia a alguém que esteja familiarizado com a sua área geral de trabalho. Desta forma pode-se identificar enganos, e pontos a serem melhor esclarecidos.
Após ter concluído todas as etapas anteriores na elaboração do seu artigo científico, e se você optou por publicar o seu trabalho em uma conferência ou jornal técnico internacional, você terá que traduzi-lo para o idioma da publicação, geralmente o inglês. Esta deverá ser não apenas uma tradução literal do seu trabalho, mas sim uma tradução científica, com a tradução precisa dos termos e expressões técnicas, ou o seu trabalho poderá ser rejeitado pelos revisores técnicos da publicação.
Se você está procurando por uma tradução correta e precisa nós seriamente aconselhamos que você utilize um serviço de tradução e/ou revisão profissional.
    Cuidado: Muitas empresas oferecem serviços de tradução "técnica ou científica" por preços mais reduzidos, mas na realidade apenas realizam uma tradução convencional do texto. Por melhor que seja a qualidade desta "tradução convencional", ela não permitirá que seu trabalho seja aceito para publicação.
A INFINITE oferece a você serviços de alta qualidade em traduções científicas, realizados por profissionais capacitados, e com os melhores preços do mercado. Entre em contato conosco e solicite seu orçamento sem compromisso.
Considerações Finais
Maior que a satisfação de poder escrever um artigo expressando as suas idéias de uma forma clara, precisa, concisa e atraente, é o prazer alcançado quando o seu artigo científico é reconhecido e citado por colegas pesquisadores, assim como quando ele é arquivado e perpetuado através de sua publicação. Quanto mais experiência se ganha escrevendo novos artigos, mais fácil e rápido se torna escrever publicações de qualidade.
Boa sorte.